Eu sempre fui meia manteiga derretida. Sempre fui a mais sonhadora da família e a mais que vivia nas nuvens. Sempre procurei um amor em todo lugar, sempre procurei me entregar e me jogar. Na verdade, sempre me jogo procurando me afogar, mas as pessoas? Estão cada vezes mais rasas. E se afogar, não é nem mais uma opção, é um sonho. Quando tinha catorze anos, jurei me jogar na vida com quinze, beijar muito com quinze e meio e dançar como se o mundo fosse acabar quando estivesse perto dos dezesseis. Só que as coisas mudam. O tempo passa, a terra gira, agente cresce, e então percebe, que não, beijar e dançar não é tudo na vida. Há essência, sabe? Aquele negócio que te faz uma pessoa diferente das outras? E com diferente, não quero dizer melhor ou superior, quero dizer diferente do seu jeito. Quando estava quase completando quinze anos, resolvi que mudaria para agradar quem quer que eu gostasse. E olha, a bobona aqui estava apaixonada nessa época. Resolvi mudar minha personalidade, o que de fato fez aquela pessoa reparar em mim. Mas hoje com quinze, percebo que i daí que estou agradando todo mundo? O que importa mesmo, é que eu esteja agradando a mim mesma. Não estou pedindo o corpo perfeito só porque minha mãe era magra, não estou pedindo o cabelo lisinho só porque todo mundo acha bonito. Não uso calça jeans e não vou deixar que mandem na cor do meu batom. E se não gostou, problema? E se curtiu? Você é o cara certo. Porque acredite, o cara que vai te fazer feliz não vai mudar pra agradar você, e nem vai te mudar para agradar a ele. Ele te aceita, você o aceita. Porque o amor é como um jogo em equipe. Você depende de todos, e todo são importantes.
Hoje com quinze anos e um pouquinho, sou a mais estranha, tenho os sonhos mais impossíveis, uso o batom mais chamativo e sou a unica de vermelho da festa. Mas eu me sinto feliz assim, me sinto única como deveria ser. Porque cada pessoa nasce com uma coisa diferente, que pode ser esquecida por algumas pessoas durante o percurso da vida. Mas eu tento não esquecer nada que me componha. Porque eu sou uma, em um milhão. Sou uma que não se importa em ser criticada em um milhão que muda para não ouvir criticas.
Hoje com quinze, quase dezesseis, quero viver o que a vida tem pra mim, e se quem sabe, as minhas portas estiverem fechadas, quero poder abri-las com um machado. Quero fazer meu caminho, quero mostrar a todos que não é errado ser diferente, que não é errado ser estranha, que não é errado contestar e não ceder quando o meu lado estiver fraco. Quero mostrar pra todo mundo, que não é errado ser quem você realmente é. Que errado, é escolher qual pessoa você vai imitar ser.
_Francielly Gomes.