Eu me odeio. E estou me odiando agora. Estou me odiando por odiar a tudo menos ao essencial. Me odiando por odiar tudo, menos você. Nunca me achei muito esperta, mas quando deixei meus sentimentos me dominarem, eu comecei a me odiar. E também o inicio de todo esse ódio foi quando eu não aguentava um dia se quer sem ver seus olhos. Me odeio por não entender porque eu gostava tanto de você e porque sentia o que sentia quando você sorria. Você nem meu tipo fazia. E bem, não faz. Mas comecei a deixar para lá isso de tipo, porque adivinha, não conheço mais nem meus gostos, quem dirá meu tipo. E olha só, me odeio por isso também. Por permitir que me deixasse tão confusa a este ponto. Eu sabia, dês do começo, lá no fundo eu sabia que nesse jogo quem ia sair machucada era eu. Você nem nada sentia para se quer sentir a diferencia da minha presencia e muito menos pensar um minuto em mim. Há, e me odeio por isso também. Por me importar que não se importe. Afinal, era tudo o que eu mais queria. Que se importasse, digo. 

          Me odeio por um dia ter pensado que você sentia o mesmo, e também por querer mudar para que isso acontecesse. Me odeio por ter chorado de ciumes e de raiva. E me odeio mais ainda por sentir coisas que provocaram essas lágrimas. Me odeio também por, até hoje, não tirar você da cabeça. Pelo menos durante a noite não. Na verdade, até parece mágica, porque é só uma musica calma tocar e todos os restos de barulhos se calarem, ai PUF! Aparece você na droga da minha cabeça. Eu odeio isso. Mas acima de tudo, me odeio por me prender tanto a você. Porque por mais que negue, eu me prendo a você. Me prendo a você quando não consigo me apaixonar de novo. Me prendo a você quando vivo pensando em você. Me prendo a você quando escrevo coisas que queria que fosse até você. 

   

                                                                                                                           _Francielly Gomes.