Se lembra de como nos conhecemos? Foi na praia, lembra? A bolada que recebi e que você foi buscar? A principio te odiei. Odiei seu jeito arrogante, cheio de atitude e sorriso perfeito. Eu? Uma mera garota que fora passar as férias na casa de praia com umas amigas, aquela que foi obrigada a ir a praia, mas que estava  mais interessada em usar sua câmera semi-profissional com 28 de zoom e 16mp. E na mesma noite de lua cheia, tão grande e brilhante, nos reencontramos em um bar. Você passou na frente de todos, com calça e jaquetas de couro, cheio de marra com aqueles óculos da moda. "Fútil!" Foi o que pensei quando passou por mim. Eu e minhas amigas tínhamos sido barradas pela segunda vez quando dei a ideia de entrarmos pela porta de incêndio. Deu certo. Tão certo que bati de cara com você. Seus olhos eram profundos, e brilhavam como duas estrelas, com o poder de um meteoro chameando todo meu corpo. Você sorriu e abaixou a cabeça enquanto seu peito me impediu de cair no chão. Não sei se fiquei tempo de mais perdida em seu brilho, seu olhar, só sei que estávamos apenas nós dois no fundo daquele salão. "oi", você disse primeiro. Eu apenas sorrir, estava engasgada com uma borboleta em todo o meu canal estomacal. "Você não é daqui, é?" Lá veio você de novo puxando conversa, sem saber que eu estava muda por culpa sua. Neguei com a cabeça. "Hoje cedo é... Me desculpa." Você abriu seu sorriso de dentes totalmente clareados. "Se lembra de mim?", perguntei, finalmente desengasgando algo. "Me conhece?", o olhei a espera de respostas. "Ainda não te conheço. Mas dês da praia foi tudo o que eu pensei." Claro que eu não sou totalmente boba. O encarei, me sentindo boba por querer acreditar em suas palavras gostosas. "É claro."Disse cética, e sai andando em direção ao centro da festa. Tirei algumas fotos, afinal, eu era boa nisso. Ma foi quando deu onze horas, números iguais, que o DJ começou a tocar musicas mais lentas. Aparentemente todos tinham encontrado um par,  e sozinha, apenas eu no meio do salão, fazendo o que eu sabia. Fotografando. Foi quando minha musica favorita começou a tocar. The only exception. Me sentei na escada que dava acesso ao palco do DJ. Embora que ela já estivesse com um degrau ocupado por alguém que não me importei em ver, me sentei mesmo assim. Comecei a ver todas as fotos que eu tinha tirado até o momento da praia, onde tinha você jogando vôlei. "Acho que o nosso destino é ficar junto hoje" Te ouvir dizer. "O meu é ficar sozinha, tenho quase certeza." "Dança comigo?" Eu o olhei. Algo dizia ser loucura, e algo dizia para mim aproveitar. Foi o que fiz. Dançamos por muito tempo, até todas as musicas românticas acabares. Eu estava pronta para larga-lo e ir procurar as meninas, quando seus lábios quentes tocaram os meus. A melhor sensação, o melhor formigamento...
          E hoje estou aqui, no aeroporto com você do lado, de volta para casa. Seu toque ainda formigava minha pele, mesmo após todos os outros toques, o ultimo parecia o primeiro. Nos beijamos em uma despedida duida, após promessas de fidelidade e de visitas mensais.
          A aero-moça pediu que desligasse o celular, quando vi na tela uma mensagem sua, dizendo "Se juntos formamos um, não quero mais viver sendo metade. Até amanhã, em Nova York".


                                                                                                           F'Gomes.

2 Comentários

  1. Nossa texto lindo, mara, o final entao sem palavras, que inspiração hein rs bjss

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